Acusado de duplo homicídio em BH após resultado de eleições em 2022 é morto a tiros
10/09/2025
(Foto: Reprodução) Homem é morto no Cersam do Barreiro, em BH
O homem acusado de matar duas pessoas e ferir outras a tiros no bairro Nova Cintra, em BH, após o resultado das eleições de 2022 foi assassinado a tiros após atendimento no Centro de Referência em Saúde Mental Barreiro (Cersam Barreiro).
Segundo histórico policial, ele foi atingido a tiros enquanto estava na recepção da unidade. A perícia técnica e o rabecão foram acionados ao local.
A vítima, identificada como Ruan Nilton da Cruz, de 39 anos, que respondia na justiça pelo crime em 30 de outubro de 2022, logo após a confirmação da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. Testemunhas afirmaram que ele gritava palavras de apoio ao então presidente Jair Bolsonaro. (relembre abaixo)
A Prefeitura de Belo Horizonte lamentou o ocorrido e informou que o homem, de 39 anos, era acompanhado pelo Cersam Barreiro.
Segundo a administração, ele foi atingido por disparos nas imediações da unidade e perseguido até o interior do centro, onde ocorreram novos tiros.
A equipe tentou reanimá-lo, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou o óbito. O serviço no Cersam Barreiro segue em funcionamento para atendimentos de urgência.
Ruan Nilton da Luz, morto no Cersam do Barreiro nesta quarta-feira (10).
Reprodução
Em prisão domiciliar
Ruan Nilton da Luz havia cumprido prisão no sistema prisional entre 31 de outubro de 2022 e 29 de fevereiro de 2024, quando recebeu alvará de soltura concedido pela Justiça.
Desde março de 2024, ele cumpria prisão domiciliar, podendo sair apenas com autorização judicial ou para tratamento de saúde, sem uso de tornozeleira eletrônica.
O juiz Roberto Oliveira Araújo Silva, do 2º Tribunal do Júri da Comarca de Belo Horizonte, negou o pedido de monitoramento eletrônico do Ministério Público.
Na época, o MPMG argumentou que não há controle efetivo sobre o cumprimento da prisão domiciliar, nem sobre o tratamento psiquiátrico do réu.
No entanto, o juiz entendeu que a monitoração eletrônica seria inadequada diante do quadro de saúde mental do acusado. Ruan foi incluído no Programa de Atenção Integral ao Paciente Judiciário Portador de Sofrimento Mental (PAI-PJ), do próprio TJMG.
Segundo laudo apresentado pela defesa, o homem apresenta transtorno afetivo bipolar, episódio depressivo grave, traços de personalidade emocionalmente instável e histórico de uso abusivo de álcool. A perícia também apontou impulsividade, explosões emocionais, automutilação, tentativas de suicídio e alucinações auditivas.
Relembre o caso
No dia 30 de outubro de 2022, após o segundo turno das eleições presidenciais, Ruan Nilton da Luz atirou contra pessoas que comemoravam o resultado em uma confraternização no bairro Nova Cintra, em Belo Horizonte. Duas pessoas morreram, incluindo uma menina de 12 anos, e outras três ficaram feridas.
Testemunhas relataram que o acusado gritava palavras de apoio ao então presidente Jair Bolsonaro durante o ataque. Ele foi preso no mesmo dia e virou réu por homicídio e tentativa de homicídio qualificado.
Uma nova audiência de instrução estava marcada para o dia 16 de setembro. Sete testemunhas de defesa e acusação, incluindo vítimas, já haviam sido ouvidas em julho. Ele morreu sem uma sentença.
Vítimas que morreram baleadas após eleições
Redes sociais
LEIA TAMBÉM
Morre menina de 12 anos que estava internada após levar tiro no dia das eleições 2022
Justiça torna réu homem suspeito de atirar contra oito pessoas no dia das Eleições; denúncia reconhece motivação política
Justiça concede prisão domiciliar a suspeito de matar duas pessoas a tiros após resultado das eleições
Vídeos mais vistos no g1 Minas:
