Execução do ex-delegado em SP foi planejada 5 meses antes do crime
17/09/2025
(Foto: Reprodução) Jeep Renegade (à esquerda) abandonado e Toyota Hylux (à direita) queimado que foram roubados por criminosos indica que execução de Ruy Ferraz Fontes (ao centro) começou há mais de cinco meses, segundo a polícia
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A execução do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes em Praia Grande, no litoral de São Paulo, começou a ser planejada mais de cinco meses antes do crime, dizem policiais que investigam o caso.
O ex-delegado-geral da Polícia Civil do estado foi morto com tiros de fuzis por aproximadamente seis criminosos encapuzados na última segunda-feira (15). O carro que Ruy diriga, um Fiat Argo sem blindagem, da sua esposa, ficou com 29 perfurações de balas. Ele estava sozinho no veículo.
Segundo a investigação, o plano para assassinar Ruy começou em meados de março, quando um dos carros usados na emboscada, um Jeep Renegade, foi roubado na capital paulista. Outro veículo, um Toyota Hylux, foi roubado em julho, também na cidade de São Paulo.
O Hylux aparece nas imagens gravadas por câmeras de segurança que gravaram o crime. É dele que os criminosos saem atirando (veja vídeos abaixo). Os veículos foram apreendidos pela polícia depois de terem sido abandonados em Praia Grande pelos bandidos, que fugiram. O Renegade estava estacionado numa rua e o Hylux tinha sido queimado. Ambos foram localizados a cerca de 2 km do local do homicídio.
Câmera de monitoramento flagrou execução de ex-delegado geral Ruy Ferraz Fontes
Um terceiro carro, também usado pela quadrilha, ajudou na fuga dos criminosos. A pedido do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso, a Justiça decretou as prisões temporárias de dois dos suspeitos identificados pelos policiais.
Uma das hipóteses investigadas pelas autoridades é a de que o ex-delegado foi assassinado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) por seu histórico de combate à facção, que comandava o tráfico de drogas no estado e já ameaçou matá-lo.
Um dos dois suspeitos de envolvimento no homicídio de Ruy já esteve detido no passado num presídio controlado pelo PCC, segundo promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
Outra hipótese investigada pela polícia é a de que Ruy possa ter sido emboscado e morto por desafetos em razão do seu trabalho como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande.
Ruy tinha 64 anos e morava com a esposa em São Caetano do Sul, na região metropolitana. Ele não deixou filhos.